A princípio a pergunta pode parecer estranha, mas é isso mesmo: quantas lágrimas cabem num sorriso?
Frequentemente alguns me perguntam de onde tiro a inspiração para escrever tanta bobagem. Nesse caso, falo dos meus posts mais descontraídos e críticos, com um tom de humor bem ácido.
A resposta, embora estranha, é simples: tiro a inspiração da dor. A dor é minha fiel companheira, há décadas e digo fiel porque ela é bem possessiva, não me dá um único dia de folga.
Depois de passar pelas várias fases de qualquer doença crônica, resolvi encontrar meios para sobreviver, porque passar o dia reclamando só tornaria o meu dia mais insuportável, além de espantar todos a minha volta. Alguns até que eu queria, mas deixa para lá.
Creio que trazer o riso nas pessoas, ainda que zombando dos meus próprios problemas, foi uma das formas que encontrei para aliviar um pouco aquilo que não tem solução. O riso é contagioso e, quando os outros sorriem, de certa forma, também sorrio.
Muitas vezes, por trás do texto sarcástico, existem lágrimas disfarçadas, mas resistir é preciso. Se entregar seria a alternativa fácil, mas eu gosto é de coisas complicadas mesmo!
O cansaço pega, a dor abate, o ânimo escapa pelos dedos, mas já imaginou se eu ficasse postando isso todo dia? Certamente você não estaria aqui lendo e eu seria privado da sua companhia, que embora seja virtual, aprecio muito.
Não pensem que sou um Joseph Klimber da vida, não. Tem dias que estou mais azedo do que o Bozo após a pergunta sobre o Moro, mas procuro sair dessa sombra o mais rápido possível. Não é fácil, mas foi a minha escolha e espero ter forças para sempre continuar por esse caminho.
Cada um sabe o que faz com o seu sofrimento. Eu tento encaixar as lágrimas em sorrisos, acredito que seja uma forma elegante de ser rebelde e mandar à merda aquilo que quer me derrubar.