Guimarães Rosa já disse que “é junto dos bãos que a gente fica mió” e venho pensando muito nisso nos últimos dias, em como está pesado viver e conviver.
Não bastassem as notícias ruins que chegam de todos os lados, ainda temos que aturar pessoas densas, sendo bem sutil na qualificação desses seres.
As redes sociais deram voz a uma legião de estúpidos, todos os tipos de ódio e preconceito são escancarados, parece até que ficou bonito ser asqueroso.
Mas não quero mais falar deles, pelo contrário, quero anulá-los. Eu sei que não é tarefa fácil, mas podemos pelo menos tentar e, com algum êxito, podemos neutralizar um pouco esse ambiente hostil em que nos encontramos. Pode ser que ele não se transforme num mar de rosas, mas se tiver um pouco menos de espinhos, já está ótimo.
Isso não significa que vou me alienar, até porque não consigo. Já tentei várias vezes e fracassei em todas as tentativas. Não nasci com vocação para vaca de presépio e só balançar a cabeça em sinal de concordância, absolutamente não faz parte do meu perfil.
Continuarei lutando pelos meus ideais, brigando pelas minhas causas, mas ao invés de dividir forças com quem só sabe destruir, vou buscar somar o meu pouco ao pouco de outros que queiram um mundo mais respirável. Eu sei que eles existem e nem são tão poucos, mas são tímidos, assim como, também já fui.
O problema dos imbecis é que quando você dá espaço, eles gritam e vociferam suas sandices em alto e bom tom. Eles vão ganhar, por experiência no fato de serem estúpidos, pois possuem uma expertise invejável nesse quesito. Assim sendo, vamos calar essas vozes abjetas, mas não entrando no mesmo nível, porque não ganharemos nunca. Vamos calar essas vozes sim, mas propagando o bem, a tolerância e o amor.
Muita coisa boa também acontece no mundo, mas quem grita? Os estúpidos! E o que eles querem? Semear ódio e discórdia, pois é o combustível que os alimenta.
Peço licença para citar um trecho de Paulo Freire, que no livro Pedagogia do Oprimido, diz: “Ao fazer-se opressora, a realidade implica na existência dos que oprimem e dos que são oprimidos. Estes, a quem cabe realmente lutar por sua libertação juntamente com os que com eles em verdade se solidarizam, precisam ganhar a consciência crítica da opressão, na práxis desta busca”
O problema que hoje encontramos é que, quase sempre, o oprimido sequer sabe que é oprimido, pelo contrário, ainda apoia seu opressor, dando-lhe o chicote com o qual será açoitado até verter sangue.
Se a pessoa gosta de ser açoitada, nada podemos fazer, pois cada masoquista tem seu fetiche. Só não precisamos apanhar juntos!
Sigamos nossos propósitos, nossas lutas, nossos ideais, cerquemo-nos dos bons, pois precisamos de irmãos de fé e de jornada, precisamos da empatia e do amor, pois esse é o nosso combustível.
Não nos calemos, pois é no silêncio dos bons que os maus gritam e é na omissão dos justos que os injustos oprimem!
Que as redes sociais sejam invadidas por um contra-ataque do bem, não somente com frases de efeito e com hashtags fofas, mas sim, com atitudes, com a propaganda de boas ações, de gestos de nobreza, desprendimento e empatia. Vamos deixar os escorpiões de lado, porque no final das contas, vão acabar morrendo picando o próprio rabo!
“Viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz!”