Como sempre tenho que acabar postando e respondendo as mesmas coisas, para facilitar a minha própria vida, resolvi criar um FAQ (do inglês, perguntas mais frequentes) sobre minha posição política.
Dessa forma, toda vez vou sempre colocar o link e a pessoa que fique à vontade. Se ainda sobrar alguma dúvida, ao final, deixo meu contato e esclareço somente as particularidades não ditas aqui.
Sem mais delongas, vamos ao que interessa:
- Você só está criticando a política agora porque o Bolsonaro ganhou.
Não. Deixa-me te explicar: eu nasci durante a ditadura militar, ou sei lá que nome você quer dar a isso, fique à vontade nesse ponto.
Mas o fato é que não sofri, é verdade, nenhum problema com a ditadura, pois era criança ainda.
No entanto, meu primeiro ato, que posso chamar de político, foi durante a campanha para as “diretas já”. Nessa época eu tinha 10 anos de idade e, da minha forma, ainda que só dentro de casa, eu escrevi “Diretas já”, sem a famosa “#”, porque naquela época isso nem existia, aliás, nem a Internet.
Me lembro como se fosse hoje, diante da minha TV branca e preta, de assistir à promulgação da Constituição do Brasil, em 1988, na época, com uns 13 anos. A emoção que senti foi algo que não esquecerei nunca.
Desde a redemocratização do Brasil eu passei por simplesmente TODOS os presidentes eleitos e, resumidamente, acreditei em Fernando Collor e, logo em seguida, critiquei-o. Eu acredito que essa tenha sido a minha primeira crítica escrita, lá nos idos anos de 1992 e foi numa redação, na aula da disciplina de Redação, que tinha, no então chamado “colegial”.
Depois disso, nunca mais parei, não sei se para a sorte ou azar de todos.
Passei por Sarney e a loucura da remarcação de preço duas a três vezes por dia, naquelas maquinas etiquetadoras que provavelmente muitos nem sabem o que é.
Depois veio o Collor e todo mundo já sabe no que deu. Aí então entrou o Itamar Franco e veio um escândalo inusitado, que foi uma modelo flagrada sem calcinha ao lado dele. Bons tempos onde esses eram os maiores escândalos, mas seguindo a lista, veio o Fernando Henrique Cardoso, que carinhosamente foi apelidado de Viajando Henrique Cardoso, pelo saudoso Caceta e Planeta.
Depois veio a era PT, começando com o Lula e, posteriormente, a Dilma. Posso assegurar e, quem me conhece desde a infância, teve o prazer ou desprazer, de sempre me ver criticando todos eles, sem exceção.
Quando existe algo de positivo, eu falo, mas como normalmente existe muito mais coisa negativa, críticas nunca me faltaram.
Como na época eu não tinha computador, minhas críticas eram datilografadas, às vezes em papel estêncil, que era a forma que tínhamos para produzir mais cópias, muitas vezes, no mimeógrafo da escola, onde era publicado um jornalzinho, do qual eu participei.
Infelizmente não tenho esse acervo, gostaria muito de ter uma cópia de tudo isso, mas isso ficou somente em minha memória, do contrário, faria questão de digitalizar tudo e disponibilizar para que pudesse produzir essas provas ao meu favor.
Portanto, peço a gentileza de não vir me encher o saco com essa baboseira de “ainn isso ou ainn aquilo”, porque essa fala é improcedente.
Enfim, creio que a primeira pergunta está respondida, vamos a próxima.
- Se você criticou todos, então nada está bom para você.
Não, não está e acredito que a situação em que o país se encontra não deixa muitas dúvidas sobre isso, certo?
Veja bem, eu acredito que o papel de qualquer cidadão é esse, ou seja, criticar qualquer governo, pois as críticas é que nos fazem crescer.
Se concordarmos com tudo o que é feito e passamos a aceitar, passivamente, qualquer delírio político, deixamos a democracia de lado e partimos para o totalitarismo, para um regime de exceção, de falta de liberdade. Acredito que nem eu e nem você queiramos isso.
- Mas então você “torce contra”?
Não, amigo, não torço. Eu também sou brasileiro como você e se esse país afundar, eu vou junto, portanto, claro que eu não torço contra, no entanto, o fato de eu não torcer contra não me torna cego.
Acredite, por mais difícil que possa parecer, eu e você lutamos pela mesma coisa: um país realmente melhor!
Mas, se começarmos a achar desculpas e justificativas para atos que são injustificáveis, nada vai mudar, só teremos trocados as moscas, pois a merda será a mesma.
Eu não estou nem aí com qualquer partido que seja, quando falo que não tenho corrupto de estimação, isso não é demagogia, pois não me ofendo, em hipótese alguma, se alguém critica algum candidato que já votei, pelo contrário, eu acho interessante ter outro ponto de vista e mudo de opinião sim, ao menor sinal de que o candidato ou representante eleito já não merece mais a minha confiança.
Sobre os políticos, eu tenho um pensamento muito simples: eles são servidores públicos. Você já parou para pensar o que isso significa?
O nome já fala, um servidor público é eleito, no caso dos políticos, para representar o povo e para trabalhar para o povo. Eles não foram colocados num cargo para serem idolatrados, adorados e nem defendidos cegamente.
Isso é que precisa mudar, eles devem sim se sentir vigiados o tempo todo e, se for o caso, acuados mesmo, pois o povo é quem tem o poder nas mãos, eles estão lá meramente para nos representar!
Não temos que ter medo deles, mas sim o contrário, pois se eles não fizerem o que devem fazer, devem sim ser criticados e, novamente digo, independentemente de partido político.
Se você já teve a experiência de ter algum cargo de chefia e contratou algum funcionário, provavelmente já passou ela experiência de escolher alguém que não esteve à altura das suas expectativas.
Se a decisão cabia a você, naturalmente, eu imagino, você deve ter dado alguma chance, ter conversado, mas se nada mudou, acredito que você demitiu a pessoa e pronto, vida que segue.
Com a política isso não é diferente, não temos que aguentar a incompetência, ou pior ainda, a corrupção porque ele é meu candidato.
Ele me serve e, enquanto fizer o que espero, ele continua, mas a hora que pisar na bola, está fora e pronto. Pode chamar de capitalismo selvagem, mas é mais ou menos isso mesmo.
O pior cego é aquele que não quer ver. Isso é bíblico, mas parece que até hoje não foi compreendido, embora tanto se fale em interpretar o contexto.
Não temos que achar justificativas para atos escusos, apenas temos que ver. Veja quem tem olhos de ver e ouça quem tem ouvidos de ouvir. Só isso, bem simples e objetivo.
- Mas então você tem posição política? Você é de esquerda ou de direita?
Sinceramente, acredito que minha visão política é bem mista, pois não acredito em todos os preceitos da esquerda, mas também não refuto a todos.
Já votei na direita e já votei na esquerda. Já gostei de coisas da direita e já gostei de coisas da esquerda, mas já quebrei a cara com os dois também.
Ideologicamente, me defino como alguém da esquerda sim, pois não compactuo com a falácia da extrema direita que hoje se instaurou no país, no entanto, reafirmo, não sou cego aos erros de nenhum lado.
Na primeira vez que Lula foi eleito, eu votei sim para ele, não acho vergonha falar isso. Na época eu acreditei no seu programa, não me decepcionei com tudo, mas sim, houve muitos erros e isso me fez passar a não defendê-lo cegamente, causando a ira em alguns.
Não votei em Bolsonaro e nunca votaria, afinal, não compactou com nada daquilo que ele defende.
Ele é o presidente eleito democraticamente, não torço contra, mas jamais, em hipótese alguma, fecharei meus olhos ao menor sinal de falhas, assim como, fiz até meses atrás com os outros que estavam no poder.
Nesse caso, graças as redes sociais, vocês podem esmiuçar minhas postagens à vontade e ver que critiquei muito o PT e seus desmandos, pois novamente falando, não defendo cegamente político nenhum.
Agora, resumindo tudo isso, se para você ficar mais fácil me enquadrar como petralha, marxista, comunista ou qualquer outro “ista” e isso te deixa feliz, fique à vontade, pois já estou acostumado e não me ofendo.
- Pelo que você escreve, eu acho que você é petista sim!
Amigo, me assumo como sendo de esquerda sim, mas lembre-se, não existe só o PT na esquerda, no entanto, ache o que você bem entender, essa é a sua opinião e, sobre ela, eu não tenho controle algum.
Controle eu tenho sobre a minha consciência e eu estou em paz com ela, pode acreditar.
Quanto ao que eu escrevo, uso e abuso sim do direito ao sarcasmo e da ironia, pois é a forma que encontrei para seguir com minhas críticas sem muito textão, como esse por exemplo, que ninguém lê.
Sou sarcástico e irônico mesmo, pois a outra alternativa seria passar o dia discutindo, tendo picos de hipertensão (sou hipertenso) e acabar morrendo infartado, fato que acredito, não vale à pena.
Outra alternativa seria eu sair dando patadas e partindo para agressões, fato que me mandaria para a cadeia.
Resumindo, em nenhuma das opções eu me sairia bem, portanto, achei meu ponto de equilíbrio, aquele onde extravaso o que penso, assumo minhas posições políticas e pessoais e mato de raiva quem lê, que tem a opção de me bloquear, se assim o quiser.
Por outro lado, se a pessoa me detesta, não acha que o que escrevo tem lógica e continua me lendo, só tenho a lamentar pela sua baixa estima e sentimento de autodestruição ou masoquismo. Indico uma boa terapia, faço há anos e ajuda muito.
- Mas você não acha falta de respeito ficar zombando do presidente e sua equipe?
Veja bem, desrespeito seria se eu os ofendesse pessoalmente, mas não faço isso. Critico as atitudes políticas, não as pessoais, agora por outro lado, se eles próprios misturam questões pessoais com públicas, também devem estar preparados para aguentar as críticas em ambas.
A propósito das críticas, não achei muito respeitoso aqueles adesivos da Dilma, com a perna aberta, colocados nos tanques dos carros. Isso era ataque pessoal, isso era desrespeito.
Fala-se tanto no politicamente correto, a propósito, o próprio presidente já declarou que vai combatê-lo, então, melhor “jair se acostumando”, pois vai ser assim, sim senhor.
A alternância no poder proporciona esses momentos, ou seja, num período você é pedra e oposição, no outro, você é vidraça e situação. Quando era pedra era tão bom acertar todo mundo, mas agora, que é vidraça, todo mundo tem que jogar as pedras fora. Eu não jogo fora coisa nenhuma e a dica é a mesma, não aguenta, pede para bloquear e pronto.
- Ah, mas o PT….
Amigo, entenda, falar mal do PT para mim não vai mudar nada, pois eu não vou me ofender, mude de tática, pois essa não vai funcionar.
Por outro lado, o PT saiu do poder já tem mais de dois anos, Lula está preso e o partido está sendo julgado. O que quero saber agora é se o seu discurso contra a corrupção era verdadeiro ou só modinha?
Você realmente quer um país diferente ou só defende o direito do seu candidato roubar em paz?
- Mas se você pensa tudo isso, por que bloqueia pessoas?
Porque é melhor bloqueá-las do que matá-las. Eu não pretendo cometer homicídios, vai contra meus princípios, mas também pretendo manter minha saúde mental, então, encheu o saco, vai para o espaço mesmo e pronto, assim como, tenho certeza, muitos já me bloquearam.
Desejo a todos muitas felicidades e muita luz. Como já dizia Miguel Falabela, “um beijo carinhoso, fique com Deus e até amanhã”
Por se tratar de uma FAQ, provavelmente essa página sofrerá alterações constantemente, pois novas perguntas e respostas podem ser adicionadas, caso elas se tornem repetitivas.
Se você ainda precisa saber de algo que não esclareci, por favor, use o FALE CONOSCO.
Se preferir, mande um e-mail para: profbelini@profbelini.com
Normalmente respondo em até 24 horas.
Grato pela sua atenção.