Dia dos Professores

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Nesse momento político conturbado que vivenciamos, creio que não daria para simplesmente desejar um “Parabéns, professores!”.

Professor que é professor, gosta de falar, de ler e escrever, portanto, sim, lá vem textão.

Não tenho dúvidas de que a docência é algo que corre em minhas veias, de forma tão natural, quanto o próprio sangue e, com orgulho, posso dizer que nasci com esse dom divino.

Desde a primeira vez que entrei numa sala de aula, não como aluno, mas sim como professor, algo em mim mudou.

Talvez os colegas de profissão possam entender melhor, não dizendo que os demais não consigam, mas a percepção que tive, ao me deparar em frente a uma sala, era de que, naquele momento, eu era responsável por parte da história de cada um daqueles alunos que estavam ali sentados. Sinto isso até hoje.

O contato com as pessoas me encanta. São histórias de vida muito complexas que se descortinam numa sala de aula e as relações extrapolam, em muito, as esferas do conhecimento.

De certa forma, você se sente responsável pelo futuro daqueles que estão ali, na sua frente, buscando em você um conhecimento transformador para suas vidas. Veja o tamanho dessa responsabilidade!

Desde o meu primeiro dia em sala de aula até hoje, lá se vão cerca de 15 anos. Comecei em cursos livres, depois técnicos, tecnólogos, graduação e acabei chegando até a pós-graduação. É uma experiência única, são muitos saberes diferentes, muitas histórias interessantes, muitos novos amigos que chegam.

Em meu coração habita o desejo de ver as pessoas cada vez mais livres e independentes, com total autonomia sobre suas próprias vidas e esse é o motivo pelo qual a área acadêmica me completa plenamente, pois vejo que só a Educação, no seu mais amplo sentido, é capaz de promover essa libertação.

Numa sala de aula ocorrem transformações quase mágicas. Palavras ditas sem muitas pretensões marcam vidas e, não raro, acabo ouvindo frases mais ou menos do tipo: “sabe professor, um dia você falou isso ou aquilo, e essa sua fala me marcou, fez com que eu mudasse”.

Pronto, nesse momento eu tenho a certeza de que, mesmo com muitas limitações, cumpri meu papel. Isso realmente me emociona, muito.

Ver aqueles que passaram por suas mãos evoluindo, construindo carreiras, formando sua própria vida com dignidade e liberdade é algo que não tem explicação e nem se descreve, apenas se sente. Isso nos dá paz de espírito. Isso dá a sensação de dever cumprido.

Penso que, independente da matéria que se lecione, o papel de um professor não é somente o de transmitir conteúdo, até porque, isso até as novas tecnologias o fazem. Nosso papel é dar asas, é promover o pensamento livre e crítico, mostrar caminhos e com isso, cada um que faça sua história.

“Nesses dias tão estranhos”, do fundo do coração, só peço para que as pessoas jamais percam esse senso crítico e que nunca, em hipótese alguma, abram mão da sua liberdade de escolha, pois nunca, ninguém que não você, saberá decidir o que é melhor para sua própria vida.

Termino meu texto com uma frase de Paulo Freire, que se tornou o novo alvo de críticas, certamente pelo total desconhecimento da sua obra: “Educação não muda o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas mudam o mundo.”

Another Brick in The Wall – Pink Floyd

 

 

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