É a vida, é bonita
E é bonita…
Nesse Dia das Crianças, não há como não lembrar da letra do poeta Gonzaguinha.
Por vezes, me pego pensando em como seria o mundo caso não perdêssemos a pureza das crianças, que são desprovidas de preconceitos, de ódio e de qualquer outro sentimento mundano, típico de nós, os adultos.
O que fazemos com nossas crianças? Em que momento das nossas vidas matamos essa pureza e começamos a nos contaminar com rancores, ódios, preconceitos e nos transformamos nesses seres humanos egoístas, mesquinhos e insensíveis?
Eu sei, existem dezenas de vertentes que podem responder a esses questionamentos, mas sinceramente, não quero essas respostas, pois, por mais bem elaboradas que sejam, vão chegar a mesma conclusão e, no máximo, vão justificar os adultos que nos tornamos.
Eu também sei que precisamos crescer, mas não me refiro a isso. Claro que a vida adulta demanda outras responsabilidades, mas precisamos perder o olhar terno? Precisamos perder a simplicidade com que a criança vê o mundo?
Guardadas as proporções que a maturidade da vida adulta nos pede, viveríamos muito melhor caso não nos distanciássemos tanto da essência da pureza infantil.
Perdemos a ternura, perdemos o riso fácil, perdemos a inocência, lutamos para parecer felizes, mas somos felizes?
Nesse eterno aprendizado que é a vida, que ao menos tenhamos tempo para aprender a valorizar mais o ser e nem tanto o ter, porque, de fato, nada temos, uma vez que nada levamos.
Crescer e amadurecer faz parte do nosso processo natural, mas seríamos adultos muito melhores se, ao invés de substituirmos os sentimentos infantis, nós apenas adicionássemos as responsabilidades da vida adulta, sem a necessidade de suprimir a essência com que já nascemos.
Uma não exclui a outra, mas uma pode matar a outra e é triste constatar que quem morre sempre é a criança.
“Somos nós que fazemos a vida / Como der, ou puder, ou quiser”