Dia do Imigrante Italiano

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Print

Gostou do artigo? Então compartilhe com seus contatos.

Hoje, dia 21 de fevereiro, é a data convencionada para celebrar o Dia do Imigrante Italiano.

Essa data foi escolhida não ao acaso, mas sim, porque foi exatamente nesse mesmo dia, no ano de 1874, que chegava ao Brasil, através do Vapor “La Sofia”, a primeira leva de imigrantes italianos.

Nesse dia, desembarcaram no porto do Espírito Santo, cerca de 380 famílias. A título de curiosidade, em 2013, segundo a própria embaixada italiana, o Brasil tinha aproximadamente 30 milhões de descendentes de italianos, ou seja, quase 15% da população do país.

Meus bisavós, assim como o de tantos outros, fizeram parte dos que deixaram a pátria mãe e buscaram novas terras, buscando segurança e fugindo dos horrores da guerra.

Diante do cenário que vivemos, não somente no Brasil, mas no mundo, fico aqui pensando em como seria essa história, se ela fosse escrita nos dias atuais, onde a intolerância e a xenofobia só fazem aumentar.

Hoje meu objetivo não é entrar em maiores discussões. Estou nostálgico, reflexivo, ou no português bem claro, estou de bunda mesmo.

Sempre me achei, literalmente falando, um estranho no ninho. Tenho a estranha sensação de não pertencer a lugar nenhum e, ao mesmo tempo, sentir que posso ser de qualquer lugar. Talvez até desse lugar não muito delicado que você possa ter pensado agora.

Nasci no Brasil, sou brasileiro, mas não sinto que essa Terra me pertence, não porque relego o país onde nasci, mas sim, porque realmente entendo que um pedaço de terra não define ninguém, assim como, não pertence a ninguém.

Eu avisei, estou numa fase melodramática, aliás, creio que para alguém que tem sangue italiano, esse aviso seja desnecessário.

Por outro lado, tenho um carinho muito grande por uma Terra onde nunca estive, mas a respeito, pois minhas raízes estão lá. Mas ela também não é minha. Resumindo, acho que sou um ET, mesmo.

Toda essa minha divagação veio do fato de ver tantas brigas por posses, discussões e bilhões de dólares para a construção de um muro que tem por objetivo separar, quando esses mesmos bilhões, se usados com outros objetivos,  poderiam matar a fome de tanta gente, juntando pessoas ao redor de uma mesa e o muro nem precisasse existir…

São tantos “talvez”, tantas suposições, tantas divagações, tantas lágrimas que acabam caindo por pessoas que sequer conheço. A imagem daquele menino, morto por afogamento, após o naufrágio de um barco, nunca saiu da minha cabeça. Ela é de uma delicadeza perturbadora.

Quais eram os sonhos daquele menino? Quais foram seus medos? Será que meus nonnos tiveram esses mesmos sonhos e medos? Será quem um dia também sentirei isso?

Em essência, somos todos imigrantes, passamos por essa vida, moramos em algum canto de mundo e estamos todos aqui, numa rápida passagem. Então, para que tanta briga se a qualquer momento estaremos partindo, sem levar uma única mala sequer?

La vita è bella, la vita è effimera, la vita è delicata, pertanto, vivi e non complicare, cazzo!

Rolar para cima