O ser humano não está preparado para conviver com o amor dos animais, aliás, a maioria não merece esse amor que eles têm por nós.
Só nos últimos dias, a quantidade de notícias trágicas envolvendo os animais, me causa um rebuliço de sentimentos, um misto de nojo, raiva, além de vários outros, mas nenhum sentimento nobre, posso garantir.
Como é que uma pessoa, se é que assim podemos classificá-la, consegue ter coragem para matar um animal indefeso, que só sabe dar amor, na sua forma mais pura. Pior que matar, é ainda matar com requintes de crueldade, a pauladas ou enterrando vivo!
Quer dizer, conclui-se que o excremento humano, de fato, sente prazer em ver o sofrimento.
Nessas horas, sinto vergonha e pesar por pertencer a raça humana, que sinceramente, não sei o que anda fazendo com sua humanidade!
Os animais nos amam porque nos amam, não estão nem aí se moramos num barraco ou numa mansão, pois não se importam com isso. Se importam com a nossa presença, com a nossa atenção, com o nosso amor.
Basta observar uma pessoa em condição de rua. Elas estão numa situação terrível, sem teto, sem alimento, sem o mínimo da dignidade, mas quase sempre, tem ao menos a companhia de um cão, normalmente, a única companhia que possuem.
A primeira cachorra que eu tive, lá por volta dos meus dois ou três anos, era a cachorra de um senhor que não tinha teto. Eu morava em sítio e ele perambulava de um lugar para outro, até que um dia, ao passar pela casa dos meus pais, ele deixou a cachorra, pois queria que ela fosse cuidada. Vez ou outra ele voltava para vê-la. E assim foi, por muitos e muitos anos, até que ambos acabaram partindo.
Dias atrás, perto da minha casa, presenciei outra cena que me entristeceu muito, mas ao mesmo tempo, me fez manter a esperança no ser humano. Outro senhor, em condição de rua, caçando alimento, com um cachorro do lado, que estava todo feliz, porque ele não estava se importando com o lugar onde estavam, importava apenas que seu dono estava preparando um banquete para eles e isso era tudo o que ele precisava. Nem preciso dizer que chorei na rua mesmo.
Por outro lado, nesses últimos dias, uma avalanche de notícias trágicas, de pessoas que machucam pelo prazer de machucar e isso não tem justificativa. Me causa repulsa, nojo, raiva mesmo!
Quem dera o ser humano tivesse a capacidade de compreender o amor que os animais possuem. Certamente é por isso que eles vivem muito menos, pois já nascem sabendo o que é o amor, coisa que muitos de nós, passaremos a vida procurando e não encontraremos.
Nem espero pela justiça dos homens, pois já sei que não haverá mesmo. Se nem para crimes contra pessoas há punição, imagine para com os animais. Mas se tem uma Lei que não falha é a Lei do Retorno e essas “pessoas” que esperem sentadas, pois isso volta.
Termino com uma frase de Charles Darwin: “A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana”.