Brasil: ame-o E deixe-o

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Não, eu não escrevi errado, quis dizer exatamente isso mesmo: Brasil: ame-o E deixe-o. 

Essa frase ficou famosa na época da ditadura militar brasileira e, originalmente, era escrita como “Brasil: ame-o ou deixe-o”. Fiz uma pequena adaptação para o momento atual e sim, também estou ciente que vou gerar algumas polêmicas.

Cada um tem o direito de pensar da forma como quiser, ninguém é obrigado a concordar comigo, assim como, também posso não concordar com sua opinião, portanto, você fica com a sua e eu com a minha, mas hoje é exatamente isso o que penso: viver no Brasil está impossível!

O nível de deterioração ética e moral é insustentável, nossos REPRESENTANTES políticos são fétidos, seres que nem sei a forma possível de classificá-los. Nossa “Justiça” funciona de acordo com o saldo bancário do acusado, sendo esse o único requisito “legal” considerado nas sentenças.

Uma análise, ainda que superficial da nossa realidade, é capaz de deprimir até o maior dos otimistas. A sede pelo poder transformou-se num jogo mortal, sem regras, sem princípios, sem ética, sem qualquer moral e vale tudo para alcançar o objetivo maior, que é o poder a qualquer custo.

Não existe mais pudor, os bastidores sórdidos são escancarados de forma trivial, como se fossem normais e, talvez, realmente estejamos vivendo esse momento perverso, da aceitação e da naturalização do que é errado.

Ao que me parece, a sociedade brasileira está mudando seu conceito sobre o certo ou errado, pois assim como a “Justiça” subverteu o conceito do que é a própria justiça, mediante o saldo bancário do acusado, a sociedade passou a aceitar como o certo ou errado um ato, analisando simplesmente qual foi o partido político que praticou esse ato, pouco importando se o ato em si é correto ou não.

Falo isso há muito tempo, ao meu ver, o maior problema do país não são os políticos, mas sim, os próprios brasileiros, que estão corrompendo princípios de acordo com a satisfação do bem pessoal, em detrimento do bem coletivo, que é o princípio básico para uma sociedade justa e equilibrada.

Perdi a fé em ver esse país melhor não porque culpe os políticos, mas porque vejo o próprio povo defendendo o indefensável e não vou entrar no mérito de nenhum caso específico, pois não é meu objetivo aqui. Sei que existe uma parcela significativa de brasileiros que é honesta, que trabalha duro, mas infelizmente, essa parcela está sendo sufocada por uma onda de oportunistas!

A partir do momento em que a sociedade toma a defesa do seu algoz, o que podemos esperar dessa sociedade? Eu, particularmente, já não espero mais nada.

A sociedade não quer mudanças, longe disso e basta ver as perspectivas para as eleições do próximo ano. Discursos desprovidos de qualquer fundamentação, cegueira seletiva e todos os demais sinais de patologias sociais, é só o que podemos observar, em todos os níveis.

Daria para escrever um livro sobre todos os aspectos que me levaram a construir esse pensamento, mas é desnecessário, pois não quero convencer ninguém, até porque, ainda que quisesse, não conseguiria, então, é totalmente dispensável gastar palavras com isso.

O que penso hoje é exatamente isso: Brasil, ame-o sim, afinal é o país onde nascemos, um país rico e bonito por natureza, mas que está acometido por uma doença que ainda o fará sofrer muito, talvez, até causando a sua morte, uma morte lenta e agonizante! É impossível não amar o próprio lar, pensar em deixá-lo causa tristeza sim, mas hoje penso que isso tornou-se uma questão de sobrevivência!

Se você tem chances de se mudar, se mude. Sabe aquele ditado popular: “os incomodados que se retirem”. Pois é, aplica-se perfeitamente. Para muitos, essa situação vexatória é conveniente, portanto, fica fácil acusar quem pensa de forma diferente, mas não se importe com isso.

Deixar o seu país, o seu lar, está longe de ser um gesto de covardia, pelo contrário, exige muita coragem, pois é deixar para trás toda uma história, uma vida, mas é também seguir um sonho, um desejo de vida melhor. Antes de criticar, lembre-se que você mesmo pode ser descendente de imigrantes, que chegaram ao Brasil fugindo de situações difíceis mundo à fora.

Quando você se sente um estranho dentro da sua própria casa, esse é o maior sinal de que chegou a hora de se mudar. Pode ser um recuo estratégico ou uma mudança definitiva, mas pondere o que vale mais: sua vida ou a opinião dos outros?

Não é errado lutar pela felicidade, não é errado querer conquistar bens de forma lícita, não é errado querer ter paz! Dificuldades existirão em todos os lugares, basta você ponderar o que você pode suportar e o que não pode.

Mas isso não pode ser conquistado aqui? Você não pode lutar pelo seu país? Talvez essa seja sua pergunta e respondo que pode sim, mas é necessário que a maioria da sociedade queira isso e hoje essa maioria não quer. Dispenso os discursos patrióticos e, principalmente, os hipócritas, vamos ser objetivos: a sociedade brasileira, na sua grande maioria, não luta por justiça, luta pelo direito de se beneficiar!

Amo meu país, nunca deixarei de amá-lo, mas chegamos naquele ponto de cortar o cordão umbilical e cada um seguir seu caminho. A vida é feita de escolhas e cada um deve saber o que é melhor para si. Admiro os que ficam e continuam acreditando, admiro os que partem e vão buscar sua felicidade, só nunca admirarei a grande maioria que é indiferente, pois a indiferença é uma das coisas mais maléficas dessa vida!

A busca da felicidade sempre deve ser o Norte das nossas vidas, portanto, não tenha medo do que você tiver que fazer para conquistá-la, apenas veja se para conquistar a sua felicidade, você não está destruindo a felicidade de outros, como fazem os gananciosos pelo poder que hoje vemos aos montes, que não se importam em matar a própria sociedade para satisfazer sua sede pelo poder e pelo dinheiro.

Se a sua consciência está tranquila, faça o que tiver que ser feito e vá buscar sua felicidade e cada um que fale o que bem entender, muitos já falam mesmo, que ao menos tenham um motivo, ainda que seja a inveja da sua coragem.

 

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